Apreensão de documentos foi feita na sexta-feira (18).
Esquema detectou a falsidade dos diplomas de 41 médicos.
A Polícia Federal descobriu, na Bolívia, um esquema de falsificação de
diplomas de médicos com pessoas que pretendiam atuar no Brasil. A busca e
apreensão de documentos foi feita na sexta-feira (18) em 14 estados. O
governo reagiu rapidamente à tentativa de fraude. Ministros garantiram
que o problema foi descoberto a tempo e não atingiu o programa Mais
Médicos. “É uma operação da Polícia Federal que não tem nenhuma relação
com o Mais Médicos, em cima de estudantes que falsificavam diplomas para
poder participar do programa Revalida”, alega o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha.
A revalidação dos diplomas é a autorização necessária para que médicos
formados no exterior trabalhem no Brasil. Segundo o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, a investigação apontou que, ao falsificar os
diplomas, uma das intenções dos golpistas poderia ser aderir ao
programa. “Eles queriam, através da obtenção desses diplomas, se valerem
de decisões judiciais para ingressarem no Mais Médicos”, afirma
Cardozo.
O esquema foi descoberto com a ajuda da Universidade Federal do Mato
Grosso (UFMT) e detectou que eram falsos os diplomas de 41 pessoas que
queriam fazer o Revalida, oferecido pela instituição. 38 brasileiros e
três bolivianos apresentaram documentos em nome de três universidades da
Bolívia. Uma delas, chamada Nacional Ecológica, pertence ao embaixador
da Bolívia no Brasil, Jerjes Talavera. O filho dele é reitor na
universidade e o embaixador disse que não sabia. “Quem falsificou, nós
não sabemos. Seguramente, é a investigação policial que vai terminar”,
diz o embaixador.
Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em 14 estados.
Mesmo sem o Revalida, dois dos 41 falsos médicos já atuavam no interior
do país. Os acusados responderão por uso de documentos falsos e
falsidade ideológica.Marcadores: Polícia Federal descobre esquema de fraudes no Mais Médicos