Em entrevista ao jornal O
Globo deste domingo (9), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves,
analisou, entre outros assuntos, o cenário pós-eleições, as investigações da
Petrobras, a incoerência entre o discurso durante a campanha e as ações tomadas
pela presidente Dilma com o fim do pleito, e afirmou que fará uma oposição
“vigilante e fiscalizadora para que os escândalos não sejam varridos para
debaixo do tapete”. Para o tucano, a oposição sai “extremamente revigorada das
eleições”.
O senador lamentou que a
presidente reeleita desperdice a oportunidade de “renovar, admitir equívocos e
mudar rumos”. “Ela começa com o mesmo roteiro: reúne partidos para discutir um
projeto de reforma política ou uma agenda de crescimento? Não! Reúnem-se em
torno da divisão de ministérios, de nacos de poder”, afirmou.
Para Aécio, o sentimento
pós-eleições é de “quase como se tivéssemos ganhado”. A contradição no discurso
da presidente também chamou a atenção do tucano.
“A candidata Dilma estaria
muito envergonhada da presidente Dilma. Para a candidata, aumentar juros era
tirar comida da mesa dos pobres. Três dias depois da eleição, o BC aumentou os
juros. Para a candidata, não havia inflação. A presidente agora admite que há e
que é preciso controlá-la. A candidata dizia que as contas públicas estavam em
ordem, e descobrimos que tivemos um setembro com o pior resultado da história.
Estamos assistindo ao maior estelionato eleitoral da História”, reiterou.
Durante a entrevista, o
senador também comentou sobre os rumos e posicionamentos que a oposição irá
tomar. “Vou cumprir o papel que me foi determinado por praticamente metade da
população. Vamos ser oposição vigilante, fiscalizadora, e não vamos deixar que
varram para debaixo do tapete, como querem fazer, esses gravíssimos escândalos
que estão aí”, destacou.
Sobre a CPI da Petrobras,
Aécio foi categórico ao afirmar que irá às últimas consequências nas
investigações, sem importar a quem atinjam. “O que pode estar vindo por aí é
algo muito, mas muito grave. Nosso papel é não permitir, do ponto de vista
político, tentativas de limitação das investigações”, disse.
Aécio também citou a
diferença entre os seus ideais e a “nova direita”, que vem defendendo a volta
dos militares ao poder. Para ele, essa minoria nostálgica nada tem a ver com a
história do PSDB. “Sou filho da democracia. A agenda conservadora,
antidemocrática e totalitária é a do PT. Tancredo disse: ‘Olha, para a esquerda
não adianta me empurrar que eu não vou’. Ele era um homem de centro. E, agora,
eu digo: ‘Para a direita não adianta me empurrar que eu não vou'”.
Para conferir a entrevista
na íntegra no jornal O Globo, clique AQUI.