É forte a crítica no PMDB
contra a forma pela qual a presidente Dilma ensaia anunciar seu ministério.
Mais relevante do que a senadora Kátia Abreu, nome para a Agricultura, ser nova
na sigla, é a escolha ser feita à revelia do partido. Dirigentes do PMDB diziam
ontem que é um erro a presidente montar seu governo com imposições. Eles não
querem ser tratados como o PR no Transportes.
O governo Dilma não
considera protestos do PT na formação do Ministério. O partido saiu
enfraquecido das urnas e está fragilizado pelo caso Petrobras. As queixas
contra Joaquim Levy, na Fazenda, são vistas como protocolares. Quem teria peso
para protestar, Lula, está em silêncio, embora sempre haja quem invoque o seu
nome.
Os mais próximos da
presidente Dilma, no Planalto, levaram um duro puxão de orelhas. Ela não gostou
do vazamento para a imprensa dos nomes de sua equipe econômica. E não quer mais
saber de nomes nos jornais antes que as escolhas sejam digeridas pelos aliados.
A despeito das reações, Dilma não pretende voltar atrás nas escolhas.
Ilimar Franco - O Globo