Questionado sobre o fato recente da Emissora do
Sistema Grande Serra de Comunicação, a 94,3, ter ficado fora do ar por 48 horas,
porque o proprietário dono do terreno onde ficavam os transmissores resolveu
desligado os fios da energia que os alimentavam, causando grandes
prejuízos aos anunciantes e ouvintes, o ex-deputado foi direto ao ponto.
- Foi uma surpresa pra mim, pra sociedade e o povo
em geral de Araripina. Esse desligamento na propriedade do cidadão que tem o
direito de desligar, mas também de comunicar que ia desligar, se a rádio “tava”
em dias com ele, ele tinha que dar um prazo. Não que mais renovar o contrato,
tinha que haver diálogo. Não houve.
- Eu tive o prazer de governar essa cidade por oito
anos. Prefeito eleito e reeleito. E nos oito anos de governo, eu fui muito
criticado. Todos os dias me faziam críticas. Até essa própria Rádio Grande
Serra, fazia crítica a mim na época. Ferrenha. Sistema Arari (Rádio Arari FM
90,3)os jornais escritos, Estação Sat (Rádio Estação Sat), todo mundo. Era
cacete em Bringel. Até de Fernandinho Beira-Mar me chamaram e eu nunca, liguei
pra isso. O que eu fazia era o seguinte:
- Quando alguém vinha a rádio criticar, que o
esgoto tava estourado no bairro tal, buraco na cidade, eu reunia a equipe
daquele setor – o Secretário de Obras – na época o grande DR. Wilton Pereira e
dizia: - Dr. O senhor mande resolver aquele problema. Dr. Wilton pegava a
equipe dele e ia lá e resolvia, porque eu dava prestígio aos meus secretários.
Num tinha que perguntar a mim, tinha que trazer a solução. Esse negócio de
deixar as coisas só pra prefeito, não resolve a situação. É o que ta
acontecendo com o meu amigo Alexandre Arraes. É meu prefeito, meu amigo, mas
ele ta concentrando as coisas pra ele. Não pode fazer isso. Ele tem que dar
poder e cobrar. Porque é aí que as coisas “tá” se afundando. A
administração dele não “tá” boa. Porque quando a população vem chiar e gritar,
porque as coisas não “ta” realmente como deveria estar.
- Num “tô” criticando, “to” aqui falando o que tem
que ser feito. Tem que se tomar uma providência o mais rápido possível. Se o
secretário que ele botou não “tá” prestando, demita meu amigo e procure um que
dê resultado. Agora também tem que saber se o secretário “tá” tendo as
condições de resolver. Se governa com equipe, mas se a equipe trabalhar.
- Tem que criticar mesmo ou elogiar também. Agora
também “cê” tem que abrir espaço pra que a gestão, a sua equipe venha a rádio
também, se defender.
O prefeito tem que reunira equipe dele e dizer: -
Olhe pessoal, nós “tamo” sendo criticados demais e não “tamo” dando resposta a
população. A população “tá” cobrando, mas não tem resposta. No meu tempo tinha
isso todo dia. Eu tinha reunião com os secretários. Agora eu dava poder, agora
se não resolvesse perdia o emprego.
- Eu sou um dos proprietários da rádio. A minha
parte “tá” liberada pra isso, tenho certeza e Zé Carlos (diretor da emissora)
da dizendo a mesma coisa (a rádio é aberta para as reivindicações da população
e para as manifestações do pessoal do governo municipal).
- Nós não podemos é fechar a rádio, porque nós
votamos no prefeito, e o prefeito “tá” ruim, vamos fechar as portas, não! As
portas “vai” “tá” aberta direto para quem quiser criticar.
- Agora quando o cidadão falou (ver matéria
anterior) tem toda razão. Num “tô” vendo nada dessa autarquia de trânsito.
Melhorou muito depois dos orientadores de trânsito, mas às vezes não tem poder
pra resolver nada. Nem apitar apita. Tem que haver mais diálogo. Não “tô” aqui
criticando, eu “tô” aqui falando a verdade.
Referindo ao radialista âncora do Tribuna Livre - -
Você tem poder e carta branca pra fazer o que quiser na rádio. Agora eu nunca
liguei pra você, nem Zé Carlos, pra incentivar você a falar mal de ninguém. Não
é do meu feitio. No dia que tiver de falar mal do prefeito, quem vem aqui sou
eu. Se tiver de romper com o prefeito, quem vem aqui sou eu.
Começou o asfalto ali no aplausos (Bairro Aplausos,
que fora enredo por duas vezes de nossas crônicas). Quando é bom, as pessoas do
bairro tem que agora elogiar o prefeito. “Tá” fazendo a obra que prometeu. Né
só criticar também, tem que elogiar.
- Quem “tá” na cadeira meu amigo, não tem perigo
pra não ser criticado. Não adianta, ao ser eleito já começa a crítica. Eu
passei oito anos nessa cadeira. Agora eu trabalhei. Eu não admito que ninguém
diga que eu não trabalhei. Fiz coisas em Araripina que ninguém esperava. Tudo
que um político não ia ser nessa cidade, eu já fui.
- A administração do prefeito Alexandre não vai
bem, mas tem tudo pra melhorar e ser uma das melhores administração de
Araripina. Só depende dele. Quem “tá” com a caneta é ele. Agora mesmo levou uma
paulada grande o prefeito. É bom que diga também. O FPM (Fundo de Participação
dos Municípios) caiu 35%. Você cobre a cabeça e descobre as pernas, você cobre
as pernas e descobre a cabeça. É uma situação difícil, tem que ver isso, também
não é fácil não. Você tem
que manter todo mundo. Se tirar um, “cê” perde a família toda e até os
vizinhos.
- É isso que o prefeito tem que dizer. A população
não sabe de nada.
- O prefeito tem que fazer o que eu fazia. Pronto,
o Lula Sampaio sabe fazer igual a mim. Se dar com o povo, indo
pra rua, dizer a verdade, conversar com o povo. Esse negócio de dizer que tem
que ser técnico, político técnico não existe. Não funciona. Tem que ser
político doido como eu sou. Caceteiro. Correr por todo canto, falar com o povo,
chorar no velório. Quem tiver medo do povo, não seja político.
- O prefeito tem que divulgar mais. Não achar ruim
as críticas. Às vezes as críticas é bom pra administração dele. Agora fica um
bocado de bajula ao lado dele, fica só querendo ganhar o dinheiro. Fazendo
fofoca, fala de mim.
- 90% do povo de Araripina “tá” esculhambando com
Mário (Mário Reis – secretário de infraestrutura). Não tem poder. Não tem culpa
nenhuma.
- Eu não vou admitir que muito bajulas que vivem
agregados ao prefeito de ficar criticando, - Ô, Bringel “tá” falando de você na
rua. Não deve ouvir prefeito. Você tem que ouvir a população.
- Eu tinha que dar essa satisfação. Fica o pessoal
usando os blogs insinuando que “tô” em cima do muro. Sou homem pra isso não. No
dia que eu não tiver mais apoiado o Sr. Prefeito, eu venho aqui dizer que não
não estou mais com o prefeito. Ninguém me empata.
- Apenas aconteceu esse caso, que eu acho que foi
um erro, de ter cortado a energia dos transmissores da rádio. Devia ter um
diálogo melhor, o pessoal de lá com o pessoal daqui. Ter até me procurado, que
eu faço parte do sistema. Faltou a consideração a minha pessoa.
“Se ele não apoiar Bringel Filho ou eu pra
prefeito, já estamos rompidos daqui a dois anos. Tanto faz “tá” com prefeito,
com Antonio ou José, BRINGEL FILHO É CANDIDATO A PREFEITO”.
Degravação da Entrevista do Ex-prefeito e
Ex-deputado Emanuel Bringel ao Programa Tribuna Livre 2ª Edição - Rádio Grande
Serra FM 94,3 - dia 09.01.2015.
Everaldo Paixão