A Rede de Pessoas Vivendo com HIV e Aids denuncia que
há pacientes em Pernambuco sem tratamento há três meses. A crise na
distribuição de medicamentos no Estado, gerada pela falta de pagamento à
empresa responsável pela logística, teria se agravado, dificultando a entrega
dos remédios nos serviços de saúde especializados em DST. “Há dois anos estamos
enfrentando problemas pontuais. Mas agora a situação é pior, quase tudo está em
falta.
Ao interromper o tratamento com o coquetel comprado pelo Ministério da
Saúde, o paciente pode desenvolver resistência e o vírus voltar a se
multiplicar”, explica José Cândido da Silva, coordenador da rede. Segundo ele,
a falta atinge até o Hospital Correia Picanço, no Recife, referência para todo
o Estado. O assunto será levado à
audiência pública, às 16h desta quarta-feira (16/09), no auditório do 6º andar
da Assembleia Legislativa. A reunião é promovida pela Comissão Parlamentar
Especial de Combate ao HIV, Tuberculose e Hepatites.
A Assistência Farmacêutica
do Estado diz que não pode fazer nada porque o depósito de medicamentos está
fechado pela empresa terceirizada”, conta Cândido. Segundo ele, cerca de 18 mil
pessoas fazem tratamento com o coquetel de antirretrovirais em Pernambuco. Em
agosto, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) montou um esquema alternativo de
entrega aos serviços de saúde, usando funcionários de seu quadro próprio.
Ao ser questionada agora sobre a falta de
medicamentos no Hospital Correia Picanço, a SES informou que “a situação da SaúdeLog está normalizada e a entrega de medicamentos
e insumos para a rede estadual já está sendo regularizada. A expectativa é de
que a unidade seja abastecida nos próximos dias.”