O Hospital Metropolitano
Miguel Arraes (HMAR), em Paulista, está fechando os leitos da Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), cirurgia geral e ortopedia. A unidade de saúde não
está recebendo novos pacientes para estas especialidades. No caso da UTI, os
internados permanecem em atendimento, mas, após a alta médica, os leitos serão
fechados, temporariamente.
A medida começou a ser posta
em prática esta semana e ainda não tem previsão de término, dependendo do
repasse de verbas da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para a unidade,
primeira da rede terceirizada implantada a partir de 2010. A diretoria médica
se pronunciou sobre a medida, por meio de uma nota oficial: "A direção do
Hospital Miguel Arraes esclarece que reduziu temporariamente alguns leitos da
unidade. No entanto, informa que vem dialogando permanentemente com a
Secretaria Estadual de Saúde (SES), visando à regularização dos repasses para a
unidade", diz o documento, que não informa a quantidade exata de leitos
afetados.
Uma semana depois de o
Governo de Pernambuco assegurar que serviços essenciais como saúde, segurança e
educação não seriam atingidos pelo cenário de grave recessão nacional, a
redação do Diario recebeu de um grupo de médicos, uma lista de problemas que
mostram o contrário. Os profissionais denunciam fechamentos de leitos de
urgência, emergência e UTI em unidades como os hospitais Miguel Arraes, Getúlio
Vargas, Agamenom Magalhães, Barão de Lucena e Maria Lucinda, redução drástica
em horários de atendimento, além de demissões em massa.
Procurada pela reportagem, a
Secretaria Estadual de Saúde (SES) respondeu as denúncias através de nota
oficial, onde reconheceu a existência dos problemas e adiantou que vem buscando
soluções para reverter o quadro. A secretaria, no entanto, minimizou alguns
cenários, garantindo, por exemplo, que as unidades que tiveram os horários de
atendimento reduzidos passaram por um estudo de viabilidade da medida. “Algumas
unidades tiveram os serviços reduzidos em horários onde não havia demanda
suficiente para justificar a manutenção e custeio da equipe. No entanto, nestes
casos, a decisão só foi tomada após o mapeamento da rede, com a garantia de
serviços que absorvam eventuais necessidades”, destacou a nota.
Para outros casos, porém, a
secretaria preferiu transferir sua responsabilidade. “O fechamento temporário
de alguns leitos, dos hospitais da rede, ocorreu devido à dificuldade de
pessoal para atuar no setor, mas já vem trabalhando no sentido de solucionar o
caso”, descreveu, sem fornecer maiores detalhes.
Vale ressaltar que na nota,
a secretaria não estipula qualquer prazo ou solução prática para os problemas,
adotando um discurso genérico para a maioria das questões. “Já sobre o Hospital
Ulysses Pernambucano, a SES informa que vem dialogando com os órgãos de classe
sobre a situação da unidade e, na última segunda-feira (31/08), participou de
uma reunião com representantes do Cremepe, Simepe e médicos do serviço a fim de
discutir um plano de ação de melhorias do serviço e qualificação da rede de
atenção à saúde mental no Estado”, descreveu.