Passado o julgamento, fica a
ressaca. Em tom e aparência de cansaço, logo após a sessão que julgou pela
rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff relativas a 2014, o
ministro-relator do TCU (Tribunal de Contas da União), Augusto Nardes, afirmou
que sofreu diversas ameaças e uma forte pressão nos últimos dias. Ele ressaltou
que, por conta do julgamento, recebeu 13 mil mensagens em sua caixa de e-mail,
entre ameaças e palavras de poio.
“Foi um momento muito
difícil para mim. Tanto em relação a minha família quanto a minha liberdade de
locomover. Eu passei a andar com seguranças. No Rio de Janeiro fui assaltado, e
foi um momento tenso. Agora eu entendo por que o Joaquim Barbosa se aposentou.
O momento é muito tenso e a pressão é muito forte. Eu estaria muito triste se o
tribunal não julgasse hoje [as contas da Dilma]. Foi um momento de muito
tormento e muita dificuldade”, afirmou Nardes.
De acordo com ele, a decisão
do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), que rejeitou pedido da
AGU (Advocacia-Geral da União) para suspender o julgamento soou como um alívio
diante da apreensão. “Eu fiquei muito apreensivo quanto a essa questão [da
liminar pedida pela AGU no STF], porque eu fiquei muito preocupado que houvesse
uma decisão que impedisse um tribunal de fazer seu trabalho. A decisão do
ministro Fux foi extremamente importante”.
Nardes ressaltou que a
decisão do TCU é muito importante para o futuro do país e calculou um deficit
de R$ 200 bilhões na Previdência para o próximo ano. “Se nós não tomarmos
atitudes com coragem, como essa que estamos tomando de propor a rejeição das
contas em um curto espaço de tempo, o Brasil terá dificuldades de pagar os
salários dos funcionários públicos como um todo. Isso é decorrente da falta de
decisão já há muito tempo”, ressaltou. Continue lendo aqui