Avião russo cai no Egito com 224 pessoas a bordo e não há sobreviventes

Estado Islâmico diz ter sido responsável pela queda
Familiares tentam saber mais informações sobre as pessoas
 a bordo do voo 9268 no aeroporto de São Petersburgo
A aeronave, que decolou de Sharm el-Sheikh, seguia para São Petersburgo.

"Há muitos mortos, incluindo 17 crianças", informou à AFP Mahmud al-Zeinati, diretor da autoridade egípcia da aviação civil, que não soube precisar se há sobreviventes.

O governo informou que os primeiro 15 cadáveres foram retirados dos destroços do avião.

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou suas "profundas condolências" às famílias das vítimas e ordenou o envio de equipes de emergência russas para o local da queda.

O chefe de Estado "deu a ordem ao ministro das Situações de Emergência (...) Vladimir Putchov de enviar imediatamente, em acordo com as autoridades egípcias, aviões do ministério para trabalhar no local do acidente", indicou o Kremlin em um comunicado.

Os destroços da aeronave foram localizados no final da manhã em uma área montanhosa na província do Norte do Sinai, segundo anunciou o gabinete do primeiro-ministro egípcio.

As equipes de resgate começaram a evacuar as "primeiras vítimas" no início desta tarde, informaram à AFP autoridades dos serviços médicos, que não indicaram o estado das pessoas.

"Os aviões do exército encontraram os destroços do avião (...) em uma região montanhosa", anunciou em um comunicado o gabinete do primeiro-ministro Chérif Ismaïl, acrescentando que 50 ambulâncias foram enviadas à região para "evacuar os feridos ou mortos" para hospitais no Cairo e Suez.

As autoridades da aviação civil perderam contato com a aeronave quando o aparelho estava a 30.000 pés de altitude (9.144 m) e após o piloto indicar um problema técnico nos equipamentos de comunicação, segundo um funcionário da autoridade de controle do espaço aéreo do Egito.

Isso teria ocorrido 23 minutos depois da decolagem de Sharm el-Sheikh, de acordo com o ministério da Aviação Civil.

Em Moscou, um funcionário da agência federal russa de aviação Rosaviatsia, Sergei Izvolsky, declarou que o Airbus-321 da empresa Kogalymavia, com 217 passageiros e 7 tripulantes a bordo, decolou às 5h51 hora local de Sharm el-Sheikh, uma cidade turística no Mar Vermelho, no sul do Sinai, e estava a caminho de São Petersburgo.

O Comitê de Investigação russo anunciou a abertura de uma investigação e o envio de uma equipe.

O presidente francês, François Hollande, "apresentou ao presidente Putin as condolências da França".
'Desapareceu dos radares'
"A tripulação deveria se comunicar com Larnaca (Chipre), mas isso não foi feito e o avião desapareceu das telas de radar", disse ele em declarações à televisão.

O avião caiu no centro da Península do Sinai, reduto do ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que cometeu vários ataques às forças de segurança. Mas a alta altitude em que o contato foi perdido com a aeronave torna improvável a hipótese de que ele foi atingido por um foguete ou um míssil, de acordo com especialistas.

O último acidente aéreo no Egito foi em janeiro de 2004 e fez 148 mortos, incluindo 134 turistas franceses. Um Boeing 737 da empresa egípcia Flash Airlines caiu no Mar Vermelho, poucos minutos depois de decolar do aeroporto de Sharm el-Sheikh.

Desde o início em 2011 da revolta que derrubou Hosni Mubarak do poder, o turismo está fraco e as autoridades tentam relançar de todas as maneiras esse setor vital da economia egípcia.

Apesar da instabilidade política do país e os atentados jihadistas contra as forças de segurança no norte do Sinai, os resorts do Mar Vermelho, no sul da península, continuam sendo um dos principais destinos turísticos do país e muito frequentados por turistas russos e do leste europeu, que chegam diariamente a bordo de vários voos fretados.

"Estou esperando os meus pais. Eu falei ao telefone com eles quando já estavam no avião, e então ouvi as informações", lamenta Ella Smirnova, uma jovem de 25 anos de idade no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo.

"Vou continuar a esperar até o final. Espero que estejam vivos, mas talvez nunca mais voltarei a vê-los", declarou em meio a outros passageiros à beira das lágrimas.


Ambulâncias chegavam no aeroporto de São Petersburgo e as autoridades fretaram ônibus para transportar as famílias das vítimas para um hotel próximo, informou um jornalista da AFP no local.

Diario de Pernambuco

Marcadores: