Crise econômica afeta toda cadeia produtiva do Polo Gesseiro e vendas viram pó

Crise econômica afeta setor, que projeta queda de 40% na produção e comercialização neste ano em comparação a 2014.


Afetada pela crise econômica e a desaceleração do setor de construção civil, seu principal consumidor, uma cadeia produtiva importante para Pernambuco já confirma uma queda de vendas histórica este ano. Trata-se do Polo Gesseiro do Araripe, produtor de 95% do gesso consumido no Brasil, que deve fechar o ano com queda de vendas e produção de pelo menos 40% em relação a 2014. Além das perdas financeiras para os empresários locais, a retração do segmento também representa a eliminação de quase dois mil postos de trabalho e o encerramento das atividades de, pelo menos, 5% das mineradoras e indústrias.

Segundo Josias Inojosa, presidente do Sindicato da Indústria do Gesso de Pernambuco (Sindugesso-PE), o segmento teve o pior ano desde 2010. “Ano passado, produzimos 7,2 milhões de toneladas no ano. Em 2015, devemos fechar com 5 milhões”, afirma. Além disso, já foram fechadas 1,5 mil vagas, de acordo com Inojosa (das 13,9 mil diretas do polo) fato que deve aumentar nos próximos meses. “A situação é triste porque 95% das empresas do polo são pequenas e não estão aguentando a crise”, reforça. Como soluções, o presidente do Sindugesso ressalta que é preciso aumentar a demanda nacional e investir em exportação para conquistar novos mercados, como o de Cuba, que precisa de gesso. “Estamos nos preparando para fechar contratos com a ilha”, completa.

Ariston Pereira, dono da Engenor, uma das maiores indústrias da região, explica que o aumento das tarifas de energia elétrica também contribuíram para a situação do polo. “A energia é uma parte grande da nossa produção porque todo o maquinário usado precisa de energia elétrica então o aumento tarifário conta muito”, detalha. Ele acredita que 2016 também será um ano de retração para o segmento. “Como muitas construtoras estão adiando seus lançamentos ou atrasando as obras neste ano, vamos sentir essa falta de novas construções ainda mais em 2016, que já vai começar em ritmo muito lento”, prevê.


Vanda Guedes, gerente da Gesso Serrolândia, acrescenta que as empresas locais estão adotando medidas para redução dos gastos com, inclusive, mudanças no horário semanal. “Quem trabalhava oito, agora trabalha seis. Já houve cortes de vagas aqui também e sempre estamos trabalhando o desperdício, mas, mesmo assim, nós estamos perdendo 50% das vendas mensais.

Fonte:DP