Ariston Flávio
Advogado e professor em
Direito
Tenho acompanhado o processo
eletivo para escolha dos novos dirigentes da Ordem dos Advogados do Brasil –
Seccional de Pernambuco e observado a urgente necessidade de pensar a política
como agente efetivo de transformação. Sendo assim, tomando por base as
manifestações iniciadas em 2013 no Brasil, verifica-se que a classe politica
ainda não percebeu o início de um novo ciclo histórico, marcado pelo
esgotamento das velhas práticas tradicionais que permeavam a nossa política.
Nessa perspectiva, o
sentimento predominante na população em relação à classe politica, atualmente,
é o medo. Diante desse contexto, afirmo que é possível iniciar novos processos
de emancipação. É possível acreditar em nossa força transformadora. A politica
como um todo está centrada na circulação de afetos, como bem afirma o filosofo
Vladimir Safatle; na politica de ordem não é diferente. Ela também está
relacionada na maneira como percebemos algo ou deixamos de perceber, como
sentimos algo ou deixamos de sentir. Não podemos, afinal de contas, permitir
que tudo permaneça como estar, o discurso do medo tão inerente no campo
politico atualmente não pode imperar.
Urge acreditar em uma
transformação real! As demandas que gritam a nossa classe não podem ser
silenciadas! O seu papel de protagonista na historia da sociedade brasileira
não pode ficar relegado ao segundo plano. Devemos repensar profundamente sobre
o papel da Ordem dos Advogados do Brasil diante da nova conjuntura politica
brasileira após as jornadas de 2013. Tudo mudou, houve uma verdadeira ruptura
com o passado e a nossa entidade antes tão aguerrida não acompanhou o processo
de transformação.
Como nunca antes visto, o
momento que enfrentamos exige a necessidade de reinvenção da politica e onde
está nossa entidade diante desse contexto? Seria apenas um holograma ou ela
simplesmente não existe? Nos últimos anos, diante de momentos realmente
decisivos de tensão e conflitos em nossa sociedade, pergunto se conseguiu a
entidade ter alguma proatividade?
É necessário estar disposto
a fazer rupturas necessárias e admitir de uma vez por todas que as velhas praticas
dos ciclos de outrora se esgotaram, que atores e instituições políticas se
esgotaram! Devemos passar por essa ruptura e adentrar no novo paradigma
politico! Numa nova OAB! Séria, transparente e que resgate seu protagonismo na
história da política e esteja em sintonia com as novas demandas que clamam as
ruas! Vamos à Vitória! Vamos à Mudança!
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