Por Paulo veras do Jornal do
Commercio
Alvo de um atentado a
tiros na noite do último sábado (17), o prefeito de Glória do Goitá (Mata
Norte), Manoel Teixeira, diz ter certeza de que o caso tem motivação política e
promete procurar a Polícia Federal, nesta segunda-feira (18), para contar
detalhes do ocorrido, na esperança de que isso ajude as investigações.
Teixeira é vice-prefeito do
município e assumiu depois que a PF pediu o afastamento do titular Zenilto
Miranda, que foi indiciado por lavagem de dinheiro e é investigado por fraude
em licitação de transporte escolar na Operação Carona.
“Para mim, é 100% de certeza
que é uma questão política. A pessoa não pode nem ter dúvida. É muita ganância.
O povo é muito ganancioso pelo poder”, afirmou Manoel Teixeira. Ao JC, a
assessoria da Polícia Civil confirmou que trabalha com a hipótese de motivação
política para o atentado. O boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia e
nesta segunda o delegado Sérgio Moreira deve instaurar o inquérito e começar a
ouvir as testemunhas.
O prefeito foi alvo de
disparos de arma de fogo por volta das 21h40 do sábado, quando cumprimentava um
grupo de moradores que estava reunido em uma venda no bairro de Nova Glória,
onde mora.
Ele se dirigia para uma
capela onde buscaria a mãe na missa. Segundo o relato do gestor, um homem magro
se aproximou do grupo de sete pessoas a pé, sacou a arma e efetuou cerca de dez
disparos. Manoel Teixeira se agachou e correu para dentro de um imóvel. Ninguém
chegou a ser atingido pelos tiros.
O atirador teria fugido
correndo, em direção ao final da rua. O gestor conta que conseguiu ver, de
relance, o rosto do suspeito, mas que por ele estar de boné não conseguiu
identificá-lo. Após o atentado, o prefeito passou a andar com uma escolta de
seguranças pessoais. A polícia também se disponibilizou a atuar na segurança do
gestor.
Desde 2013, Manoel Teixeira
estava rompido politicamente com o prefeito Zenilto Miranda. Ao tomar posse, há
duas semanas, ele demitiu todos os secretários municipais para nomear pessoas
de sua confiança.
Em seguida, solicitou ao
Tribunal de Contas do Estado (TCE) que abrisse uma auditoria especial para
analisar as contas da prefeitura antes da sua gestão, afirmando que não havia
encontrado dinheiro em caixa para pagar os servidores do município. O
procedimento foi autorizado pelo conselheiro Marcos Loreto.
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