Coluna "Lula escala Dilma para abrir o diálogo com a oposição"

Há que se separar o joio do trigo e não necessariamente conferir tanta importância ao joio, como de hábito.

Pela primeira vez de público, Lula admitiu, ontem, em entrevista a Roberto D’Ávila, da Globo News, que pode ser desejável um diálogo entre governo e oposição para tratar dos problemas do país.

Menos por se negar a participar, e mais para não ferir a sensibilidade de Dilma, Lula disse que o diálogo depende da presidente da República. E que a iniciativa deve ser dela.

Lula lembrou das vezes em que esteve ao lado de Fernando Henrique e de Mário Covas – o primeiro então candidato ao Senado, o segundo a governador de São Paulo em 1994 e 1998.

Condicionou o diálogo ao estabelecimento de uma agenda de assuntos e a propostas “concretas”. E lembrou que os protagonistas do diálogo devem ter procuração dos seus partidos para negociar.

Aqui mora um dos problemas para que o diálogo produza bons resultados. Lula manda no PT. E se ele e Dilma se entenderem, ela poderá falar pelo partido.

Fernando Henrique não manda no PSDB. Há ali pelo menos quatro caciques: o ex-presidente, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Nem sempre eles estão de acordo.

Fez parte de outro momento relevante da entrevista o comentário de Lula a respeito da situação que atravessa seu filho caçula Luis Cláudio Lula da Silva, alvo de investigação da Polícia Federal.

- Meu filho sabe o seguinte: ele tem que provar que fez a coisa certa. Tem que provar. Se ele não provar, está subordinado à mesma Constituição que eu estou, às mesmas leis. É chato? É. Mas é bom.

A empresa de Luis Claudio recebeu R$ 2,5 milhões da Marcondes & Mautoni, que teria feito lobby para aprovação de uma medida provisória que beneficiou a indústria automobilística em 2009.

A leitura enviesada do comentário de Lula poderia sugerir que ele largou o filho de mão para não ser atingido pela suspeita de que assinou a medida provisória no âmbito de uma negociata.

O joio da entrevista reuniu algumas afirmações bizarras de Lula. Do tipo: não quer tirar Levy do Ministério da Fazenda; é favorável ao ajuste fiscal; e desconhecia a roubalheira na Petrobras.


Bizarras porque na contramão do que ele quis ou ainda quer.

Em Araripina Reuniões já movimentam o cenário políticos - Algumas articulações política já começaram, as informações que recebi, foram de pessoas ligadas ao grupo do prefeito, que já sinalizam mais rompimentos. Por enquanto não posso revelar amigos, mas amanhã na coluna vou trazer um artigo falando sobre esses encontros poderosos. 

Aguardem 


Por Damião Sousa 

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