Coluna "O que ela diz não se escreve"

Sem informar qual o plano que tem para isso, nem em quanto tempo ele poderá ser executado, a presidente Dilma Rousseff garantiu que fará da tragédia do rompimento das barragens em Mariana, Minas Gerais, um caso exemplar de recuperação ambiental.

Modesta, ela disse que o Rio Doce, condenado à morte, voltará a ser o que já foi no passado distante, e põe distante nisso, quando a Mata Atlântica dominava a paisagem da região e o homem ainda sequer tinha aparecido no pedaço.

- Se houve esse desastre, se houve essa calamidade, se nós perdemos vidas humanas, se populações municipais foram atingidas, o que eu acho que nós temos de fazer é dar um exemplo: é recuperar esse rio, revitalizá-lo, mas revitalizá-lo não só olhando o que aconteceu no curtíssimo prazo, mas revitalizá-lo no sentido de torná-lo novamente o rio que ele foi antes de nós, humanos, através ou de empresas ou de vários processos, termos chegado ali — disse Dilma.


Ela também não disse de onde sacará dinheiro para sustentar sua ambição. É um detalhe que, em busca da popularidade perdida, não lhe importa tanto. De resto, com a última eleição, Dilma aprendeu que pode dizer uma coisa e fazer o contrário.

Temer defende PMDB com Dilma até 2018, mas não obtém consenso


Mesmo sem ser consenso no PMDB, o apoio do partido ao Governo Dilma Rousseff (PT) será mantido até 2018. Ao menos é o que disse o presidente da legenda e vice-presidente da República, Michel Temer, nesta terça-feira durante o congresso dos peemedebistas em Brasília. Enquanto discursava, o vice-presidente ouviu cerca de 20 representantes de grupos anti-Dilma, que não são filiados ao PMDB e se infiltraram no evento, gritarem a palavra impeachment e a seguinte frase: “Brasil, pra frente, Temer presidente”. Alguns erguiam cartazes com os dizeres: “Temer, vista a faixa já”.

Ao ter sua fala interrompida, Temer disse de maneira constrangida: “Por enquanto, não. Obrigado. Vamos esperar 2018. Vamos montar um candidato, um grande nome do PMDB. Eu estou encerrando a minha carreira”. Quando questionado por jornalistas sobre a discussão de desembarque do Governo, o peemedebista disse que era algo natural, mas que o seu partido não deixaria o barco petista. “Nós temos de colaborar com o país. Mesmo as pessoas que querem a saída do governo federal querem colaborar com o país”, afirmou.

Em seus quase 20 minutos de discurso, Temer citou o Governo Rousseff apenas uma vez, sem falar o nome da presidenta. Disse também que para o Brasil sair da crise era preciso haver mudanças estruturais, não cosméticas. Pediu, por exemplo, alterações na política econômica (com a criação do orçamento zero) e nas regras de aposentadoria e sugeriu que, sem elas, a previdência brasileira quebra. Voltou a citar ainda a necessidade de um nome para unificar o país. “Não é de hoje que tenho falado em reunificar o pensamento nacional e pacificar a nação. Não é da índole do brasileiro a disseminação do ódio”.

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