Câmara
dos Deputados forma grupo para elaborar estratégias contra a epidemia.
Parlamentares se reúnem hoje com o governador
Câmara dos Deputados vai criar uma comissão externa para investigar as causas e
propor estratégias de combate ao avanço da microcefalia, malformação congênita
detectada em bebês, que já teve 399 casos em sete estados do Nordeste neste
ano, sendo 268 em Pernambuco.
A
criação do grupo será anunciada na quarta-feira pela Comissão de Seguridade
Social e Família da Câmara, que engloba 52 parlamentares. Hoje, dois deputados
vêm ao Recife para iniciar um trabalho que pretende esclarecer se Pernambuco
registrou maior índice porque saiu na frente nas notificações ou se houve
epidemia mais intensa de zika vírus - provável causador da doença. Eles se
reunirão, às 16h, com o governador Paulo Câmara e o secretário estadual de
Saúde, Iran Costa.
O
deputado Zeca Cavalcanti (PTB-PE), integrante da comissão, participará da
reunião. Ele informa que a comissão externa acompanhará todo o trabalho do
Ministério da Saúde e dos governos estaduais contra o avanço da doença. Ele
defende a criação de um comitê de emergência com parlamentares, representantes
do ministério, prefeituras e Forças Armadas para combater o Aedes aegypti,
transmissor do vírus da zika. “É assustador o que vem acontecendo. Se ficar
comprovada essa relação, será preciso uma estratégia bem mais agressiva de
combate ao Aedes aegypti”, afirmou.
Para
o parlamentar, caso se confirme o vínculo serão necessários também programas de
planejamento familiar. “É uma epidemia que pode tomar escala mundial, algum
nunca visto.”
Ele
acredita que o volume de casos esteja submencionado em nível nacional. “Sabemos
que os primeiros casos foram detectados na Bahia, mas depois Pernambuco
registrou um grande número. Ou Pernambuco notificou bem ou a Bahia
subnotificou.”
O
deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) também virá ao Recife para participar da
reunião. “(A doença) pode afetar milhares ou dezenas de milhares de crianças
que estão nascendo no Brasil. É provavelmente a maior tragédia de saúde pública
das últimas décadas”, classificou o parlamentar.
A
possível relação entre o vírus da zika e os casos de microcefalia, além de
complicações neurológicas em adultos também em investigação, levou os
secretários estaduais de Saúde a se reunirem em Salvador, na sexta-feira, para
montar um plano conjunto de enfrentamento ao Aedes.
Os
gestores entregaram ao ministro da Saúde, Marcelo Castro, uma carta com as
necessidades dos estados solicitando apoio ao governo federal no enfrentamento
às doenças transmitidas pelo mosquito. O ministro decretou, no dia 11 de
novembro, situação de emergência em saúde pública no Brasil. “Convocamos 17
ministérios para auxiliar no combate ao vetor (o mosquito) e vamos utilizar
todas as armas possíveis. Não vamos dar trégua”, declarou Castro em Salvador,
após o encontro com os secretários.
Amanhã,
o Ministério da Saúde deve atualizar os números de notificações em todo o
Brasil e em Pernambuco. A prioridade do órgão é prevenir as causas, já que não
há como impedir casos em gestações já em curso. Também nesta semana, a
Secretaria Estadual de Saúde lança o protocolo de atendimento para casos de
microcefalia diagnosticados em fetos, que vai orientar o tratamento das
gestantes.
(fonte: Diário de PE)
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