Trindade, Petrolina e Santa Filomena registram casos de microcefalia


O Ministério da Saúde (MS), divulgou, nA terça-feira (17), o primeiro boletim epidemiológico sobre microcefalia. No Estado de Pernambuco, foram registrados 268 casos. Destes, quatro foram notificados nos municípios de Petrolina, Trindade e Santa Filomena, todas no Sertão do Estado. Como orientação, a Vigilância Epidemiológica no município, pede que gestantes façam o acompanhamento do pré-natal de forma regular e que as mulheres que querem engravidar, façam antes um planejamento.

De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Petrolina, Eduarda Vidal, os casos registrados foram atendidos no Hospital Dom Malan (HDM). Um dos partos aconteceu no dia 22 de outubro e o outro no dia 5 de novembro. “Tomamos conhecimento dos casos porque quando a criança nasce, é preenchida uma declaração de nascido vivo, que deve conter informações sobre possíveis anomalias diagnosticadas durante o nascimento. E, nesse campo, foi preenchido que as crianças tinham microcefalia”, explicou a coordenadora.
Ainda segundo Eduarda Vidal, a secretaria está acompanhado as famílias. “Nós conversamos com as quatro mães. 

Entramos em contato para fazer uma investigação para descobrir se aconteceu alguma coisa durante a gestação como possível causa para a microcefalia. Perguntamos sempre se teve algum sintoma parecido com a dengue, febre, dor no corpo, manchas. Questionar se fez uso de drogas, medicações atípicas durante a gestação e se existe algum caso de microcefalia na família.

Das duas mães que moram em Petrolina e que receberam a visita, apenas uma teve o relato de que apareceu algumas manchas na gravidez, sintomas semelhantes a dengue, mas que sumiram no outro dia e por isso não foi notificado. A outra paciente não teve relato de nenhuma doença na gestação, garantiu a Secretaria de Saúde.

Seguindo o protocolo divulgado pelo Ministério da Saúde, essas crianças devem ser acompanhadas por um hospital de referência. Mas, todos estão localizados em Recife, na capital Pernambucana. “O Imip é referência, mas de acordo com o protocolo, elas devem ser encaminhadas para Recife. A forma como será feito o encaminhamento, ainda está sendo discutido. No momento, o que já passamos para as mães é de que esses bêbes vão precisar de acompanhamento e que tudo será agendado, estudado e informado com antecedência”, destacou.

No momento, as equipes de saúde estão seguindo com muito cuidado todas as orientações do protocolo, que falam como deve ser o manejo clínico e o trabalho das equipes de saúde diante de um caso de microcefalia, a conduta, os exames que devem ser feitos e encaminhamentos necessários.

“Até o momento, todos os casos notificados foram esses. A gente mandou notificação para todas as unidades de saúde para que prestem mais atenção durante as ultrassons e qualquer pequeno detalhe deve ser comunicado para que a gente acompanhe. O pré-natal deve ser fortalecido, as gestantes devem evitar locais com acúmulo de mosquitos, usar repelente e tomar todos os cuidados para evitar focos mosquito da dengue em casa, já que existe a possibilidade de uma das causas ser essa”, falou Eduarda.


Como o Ministério da Saúde ainda está investigando a possível causa deste surto, a Secretaria de Saúde faz um alerta para as mulheres. “Aquelas que querem engravidar, que façam um  planejamento correto, converse com o médico, com a família e todos juntos avaliem a melhor conduta”, ressaltou a coordenadora de vigilância epidemiológica.

Do G1

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