O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou nesta segunda-feira a abertura de inquérito contra o senador
Aécio Neves (PSDB-MG), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e o
ex-senador Clésio Andrade. Eles são suspeitos de camuflar dados da CPI dos
Correios, que em 2005 investigou o escândalo do mensalão, para impedir que
houvesse apuração sobre o valerioduto mineiro. É o segundo inquérito contra
Aécio, também investigado por suspeita de envolvimento em um esquema de
corrupção em Furnas.
A atuação do senador tucano e do prefeito do Rio foi
relatada pelo ex-líder do governo Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), delator da
Operação Lava Jato e recentemente cassado pelo Senado. Segundo Delcídio, que
presidiu a CPI, Aécio, então governador de Minas Gerais, ficou
"incomodado" com a quebra dos sigilos fiscal e bancário do Banco
Rural e enviou emissários para convencer o ex-petista a aumentar o prazo para a
entrega dos dados pelo banco. O responsável por negociar o adiamento teria sido
Eduardo Paes, então deputado federal pelo PSDB e secretário-geral do partido,
que acabou convencendo Delcídio, de acordo com o relato do ex-senador, ao
argumentar que "não haveria tempo hábil para preparar essas
respostas". Na época, Clésio era vice-governador de Minas. Leia mais >>>
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