Em Petrolina, Lula ameaça entrar no jogo eleitoral de 2018 e deixa recado a FBC: “batam na porta dele e peçam para votar contra o impeachment”


Mantendo o tom de virtual pré-candidato em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou na noite de ontem (11), em Petrolina, sua participação no ato público em defesa da democracia, promovido pela Frente ‘Brasil Popular’, que teve início na cidade vizinha de Juazeiro (BA). Num palco montado na Rua Joaquim Nabuco, Centro da cidade, o evento reuniu pelo menos 2 mil pessoas e contou com presença de diversas lideranças políticas da cidade e de Pernambuco, além de sindicalistas e representantes de organizações não governamentais – entre outros. Caravanas de alguns estados nordestinos também marcaram presença.

Num discurso em torno de 20 minutos, Lula deixou seu recado ao presidente interino Michel Temer (PMDB) e aos demais congressistas que ajudaram a afastar temporariamente a presidente Dilma Rousseff.

“Se eles não tomarem cuidado e reduzirem as poucas conquistas que o Brasil já conseguiu, essa é a única possibilidade para que eu volte (a disputar a Presidência). Não me provoquem”, disse o líder petista, referindo-se às polêmicas medidas de ajuste fiscal e mudanças nos direitos trabalhistas anunciadas por Temer (entre elas o aumento na jornada de trabalho para 80 horas).

Em relação ao que tachou de “tentativa de golpe”, Lula voltou a criticar o presidente interino ao afirmar que, se Temer que ser presidente, “precisa ser eleito”. O líder petista chegou a ser interrompido pela multidão, que entoava frases como “Fora Temer”, “Não vai ter golpe, vai ter luta!” e “Lula 2018”.

FBC


O líder petista também falou das diversas conquistas do seu governo para a classe trabalhadora e a população mais pobre. Na região, ele citou como exemplo a Univasf e a ampliação de escolas técnicas federais, além da implantação das cisternas, que no Brasil todo já ultrapassam 1,3 milhões. “Não é possível ver da lua uma, cem, 500 cisternas. Mas um milhão e trezentas mil cisternas é”, disse. Lula afirmou ainda que uma das medidas para reverter a grave crise econômica seria reabrir uma linha de crédito aos mais pobres, “para que troquem sua geladeira, sua televisão ou comprem sua moto para aposentar o jegue”.


Lula ressaltou que essas mobilizações pretendem, sobretudo, devolver o mandato ao povo de Dilma, o mesmo que foi retirado de Dilma. Também lembrou que no Senado faltam apenas 28 votos para garantir o retorno da presidente ao poder, no julgamento definitivo que a Casa realizará. E deixou um recado velado ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que votou a favor do impeachment. “Aqui em Petrolina vocês têm um senador. Vão até a casa dele, batam na porta dele e peçam para que vote contra o impeachment”, pediu. Lula finalizou parabenizando a Frente Brasil  Popular pela mobilização e fez um pedido a cada participante do ato público em Petrolina: “Nunca baixem a cabeça, senão botam uma cangalha. Foi isso que minha mãe me ensinou”. 

A estimativa é de que, somando o público da mobilização na Ponte Presidente Dutra (a qual foi interditada por  uma hora), com o do evento em Petrolina, cerca de 8 mil pessoas compareceram ao evento.  Logo mais, a partir das 8h, o líder petista deve participar de uma solenidade de lançamento da pré-candidatura de Odacy Amorim (PT) a prefeito de Petrolina, que acontecerá no Quality Hotel, Orla II da cidade. Odacy, inclusive, disse ontem  que estava “muito feliz” por Lula estar respaldando seu nome para a disputa municipal. Do Carlos Brito 

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